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Três habilidades essenciais para o médico do futuro

Três habilidades essenciais para o médico do futuro

O mundo está mudando…

Em um planeta onde uma vacina foi produzida em tempo recorde, é normal que você esteja se perguntando como será o futuro da medicina, e especialmente, do trabalho do médico. Nós estamos vivendo uma mudança de era, e muitos só vão se dar conta depois da transição.

Em 2020, o Fórum Econômico Mundial divulgou um relatório mostrando que nos próximos 5 anos, a inteligência artificial e a automação vão acabar com 85 milhões de empregos. Se você tomou um susto, calma, também tem notícia boa! No mesmo período, serão criados 97 milhões de empregos – portanto, o saldo parece positivo. Mas, afinal de contas, e a medicina, como vai ficar?

As 4 forças

Pelo menos 4 fatores devem influenciar drasticamente a rotina do médico nos próximos anos:

Mudanças frequentes na medicina
Paciente como protagonista
Telemedicina
Inteligência artificial

Mudanças frequentes

Novos tratamentos devem surgir e os antigos serão questionados. Provavelmente, muito do que se aprender na faculdade, já estará obsoleto ao final da residência. Os livros serão cada vez mais substituídos pelos artigos.

Paciente como protagonista

Cada vez mais, paciente e familiares serão incluídos nas tomadas de decisão. Ao mesmo tempo, com o surgimento de novas ferramentas diagnósticas e novas opções terapêuticas, essas decisões devem se tornar cada vez mais complexas. Fazer ou não fazer o rastreamento de uma doença grave, porém sem tratamento? Indicar ou não mais uma linha de quimioterapia, que pode aumentar um pouco a sobrevida do paciente, mas cujas complicações podem levá-lo a óbito?

Telemedicina

A telemedicina veio pra ficar. Há quem diga que até 70% das interações entre médico e paciente poderiam ser feitas à distância. Isso abre a possibilidade de atender pacientes em regiões muito mais distantes.

Por outro lado, a concorrência passa a ser cada vez mais globalizada. O que impedirá um paciente no Brasil de fazer uma consulta por telemedicina com um profissional europeu ou norte americano, por exemplo?

Inteligência artificial

Muito da prática médica envolve i) reconhecimento de padrões e ii) registro de informações em prontuário.

Para ambas, a inteligência artificial deve trazer novidades. Deve ficar mais fácil chegar a uma hipótese diagnóstica. E os prontuários devem se tornar mais amigáveis. Resultado: maior assertividade no diagnóstico e mais tempo para falar com os pacientes.

Tá, mas e daí?

É o que temos nos perguntado. Absolutamente não acreditamos que o médico será substituído por uma máquina. Porém, muitas tarefas repetitivas do cotidiano serão. Além disso, com o auxílio de algoritmos, o raciocínio diagnóstico deve deixar de ser o grande diferencial entre os profissionais. Com base nisso, listamos 3 habilidades que julgamos fundamentais para esse futuro, com dicas bastante práticas de como desenvolvê-las.

  1. Capacidade de interpretar artigos científicos

    Se atualização constante vai ser mandatório, é fundamental estar preparado para ler artigos científicos. Em algum momento, pode até ser que os próprios computadores sejam capazes de processar o conhecimento para a gente. Até lá, será necessário saber ler artigos em inglês e interpretá-los.

    Aí, não tem outro jeito! O negócio é colocar a mão na massa e começar a criar o hábito desde já. Um curso de inglês pode ser útil também.

    Um dia você vai se agradecer muito por iniciar esse hábito o quanto antes.

  2. Habilidade de comunicação

    Com as máquinas fazendo o trabalho repetitivo por nós, haverá mais tempo para conversar com os pacientes. Aliás, isso vai ser cada vez mais importante. Muitos pacientes provavelmente chegarão ao consultório já com um diagnóstico. Caberá ao médico o papel de um “concierge da saúde”, indicando quais as possibilidades terapêuticas, suas vantagens e desvantagens – nesse sentido, voltamos ao item da atualização.

    Há muita pesquisa sobre como desenvolver uma melhor comunicação com pacientes e familiares. Muitas faculdades já trabalham com simulações, por exemplo. Uma alternativa é participar de cursos de teatro, para trabalhar a empatia e capacidade de comunicação.

  3. Inteligência emocional

    Num mundo tão dinâmico, lidando diariamente com sofrimento e decisões difíceis, num ambiente de concorrência global, a inteligência emocional será fundamental. Afinal de contas, provavelmente é isso que cada vez mais será cobrado do médico: ser humano e estar bem para conseguir se relacionar com outras pessoas.

    Para um item tão desafiador, fica também mais difícil oferecer dicas práticas. Acreditamos, porém, que o equilíbrio emocional necessariamente passa por uma boa alimentação, uma boa saúde do sono, prática regular de atividade física e uma rede saudável de pessoas para se relacionar.

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