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Escolha da especialidade: Como o design thinking pode ajudar?

Escolher qual especialidade seguir é uma tarefa complexa. As opções são numerosas.

Além disso, existem diversos aspectos para além da atividade médica que serão influenciados por essa escolha, como o estilo de vida, a remuneração e o ritmo de trabalho, por exemplo.

A despeito disso, é uma escolha habitualmente tomada com pouca informação, influenciada majoritariamente pela experiência em estágios na faculdade ou pela admiração por role models – pessoas inspiradoras que se tornam referência em nossas vidas.

O resultado é uma escolha pouco embasada, permeada de muita insegurança e que, frequentemente, pode resultar em frustração profissional – depois de anos de dedicação à residência.

Mas o que o design thinking tem a ver?

O design thinking é um método para solução de problemas. Em linhas gerais, estabelece um processo dividido em 2 etapas:

  1.    Fase de divergência – hora de explorar as opções disponíveis
  2.   Baseado nisso, traçamos dicas bastante simples para te ajudar nessa tarefa.

1. Fase de divergência – hora de explorar as possibilidades

O primeiro passo é explorar as possibilidades, conhecer a gama de carreiras disponíveis. Nesse momento, é importante estar verdadeiramente aberto às possibilidades e vivenciá-las.

De certa forma, o internato propicia isso. No entanto, há algumas armadilhas a serem evitadas:

  • Explorar apenas ambientes acadêmicos

Esse é um aspecto importantíssimo. As vivências na faculdade são absolutamente diferentes da vivência em um ambiente extra acadêmico.

Por exemplo: o dia a dia de um clínico em um hospital universitário é investigar diagnósticos desafiadores. Em um ambiente não acadêmico, por sua vez, o cotidiano pode ser majoritariamente preenchido pelo acompanhamento de pacientes com moléstias crônicas, sem nenhum desafio diagnóstico.

  • Se prender a estereótipos da especialidade

No período acadêmico, é comum que se formem estereótipos sobre as especialidades. É importante deixar isso de lado na fase de divergência. Vivenciar os diferentes ambientes te permite estabelecer com convicção o que combina com você e, também, o que não combina.

Por exemplo: acreditar que determinada especialidade é apenas para mulheres ou apenas para pessoas abrutalhadas.

  • Convergir antes de divergir

O momento é de experimentar. Apreciar uma experiência em uma área não quer dizer que não haverá boas experiências em outras especialidades. Alguns ambientes interessantes a serem explorados: consultório, centro cirúrgico, diagnóstico por imagem, ambiente acadêmico, ambiente de gestão em saúde.

Dicas para essa fase:

  • Acompanhar médicos fora da faculdade

Exatamente pelas peculiaridades do mundo acadêmico, é bastante interessante experimentar o dia a dia de uma especialidade fora da faculdade. Se possível, em uma cidade do porte da que você pensa em morar após se formar.

Como são os pacientes? Como é a rotina de trabalho? Qual a relação com esses pacientes? Como é a remuneração? Como você se sente nesse ambiente?

Essa é uma das dicas mais preciosas. Além de te auxiliar na escolha, permite que você desenvolva sua rede de relacionamentos profissionais – que pode ser bastante importante no futuro.

  • Colocar a mão na massa

Sempre que possível, é interessante explorar situações que te aproximem do cotidiano daquela especialidade. Exemplos: trabalhos voluntários, ligas com estágios práticos, projetos de extensão.

  • Tomar notas sobre as experiências

É bastante útil tomar notas sobre essas vivências. Escrever exige reflexão e, portanto, vai auxiliar na organização das experiências. Além disso, na fase de convergência, pode ser necessário revisitar essas notas.

2. Fase de convergência – hora de escolher, baseado em valores

Antes de sair excluindo opções, é necessário conhecer a fundo os valores que vão guiar essa escolha. Isso porque, a depender do que se pretende priorizar, as decisões podem mudar drasticamente.

Nessa fase, o primeiro passo é listar quais são seus valores, o que você deseja para sua carreira, de maneira priorizada. Coloque mais em cima os pontos que são mais importantes pra você. Além disso, você pode definir um fator de importância – um peso – para cada item. 

Em seguida, deve-se eliminar opções, de acordo com os valores estabelecidos. Caso algum desses itens seja determinante pra você – por exemplo: sei que quero morar em cidade pequena; ou, necessariamente, quero ter vínculo com pacientes – já é possível eliminar as opções que não atendam a esses critérios.

Adicionalmente, você pode dar uma nota para cada especialidade de acordo com o quanto ela preenche determinado critério.

Tá, segui esse passo a passo, mas ainda estou muito na dúvida

Faz parte. Se após uma primeira rodada ainda houver muitas dúvidas, é possível fazer uma nova rodada de divergência/exploração mais aprofundada, focada nas especialidades que mais te chamaram atenção.

Caso a questão seja quanto à definição dos valores, é importante trabalhar seu autoconhecimento. Isso pode ser por meio de psicoterapia, viagens, meditação, conversas com amigos e familiares etc. a maneira que fizer mais sentido pra você.

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